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A vida de Baden-Powell​

Em 22 de fevereiro de 1857 nascia em Londres, Inglaterra, Robert Stephenson Smith Baden-Powell. Filho do pastor e professor H. G. Baden-Powell, ficou órfão de pai aos 3 anos de idade e assim coube a sua mãe, Henriette Smith, a tarefa de criar 7 filhos, o mais velho com 13 anos e o mais novo com apenas um mês.

 

Baden-Powell, nos seus primeiros anos de vida, experimentou uma sadia educação que certamente se refletiu no Movimento que mais tarde criou. Suas primeiras lições foram ensinadas por sua mãe, que inspirou-se nos métodos adotados pelo finado marido na educação dos filhos mais velhos. O Professor Baden-Powell habitualmente ensinava seus filhos fora de casa, onde quer que fosse, através dos recursos naturais, usando plantas, animais e a natureza como um todo. Em casa, franqueava-lhes sua biblioteca para que pesquisassem e discutissem com ela as dúvidas porventura surgidas.

Baden-Powell cresceu numa família sadia e, em 1870, ingressou no Colégio de Chartehouse com uma bolsa de estudos, onde não foi um aluno brilhante, mas extremamente criativo e investigador. Era popular e tomava parte de todas as atividades colegiais, como teatro, desenho, música e futebol (como goleiro da equipe do colégio). Foi no colégio que desenvolveu seus dotes teatrais, representando para os colegas, reconhecendo mais tarde o grande valor educacional desta prática.

No bosque, junto ao colégio, BP iniciou suas experiências como explorador, rasteando animais e descobrindo por si mesmo maravilhosos elementos da natureza. Posteriormente, com seu irmão, iniciou-se nas atividades marítimas, chegando a viajar num barco montado com tonéis até a costa da Noruega.

 

Pretendendo matricular-se na Universidade de Oxford, não o conseguiu, todavia. Mas a abertura de um concurso para aspirantes do Exército deu-lhe uma oportunidade e o jovem Baden- Powell foi classificado em 2º lugar na Cavalaria, numa turma de 700 candidatos. Estava aberto o caminho para sua vida de aventuras e glórias.

 

Como militar, em 1876, foi designado para servir em Bombaim no 13º Regimento de Hussardos (R. H.). Durante sua passagem pela Índia, BP dedicou-se em elevar a qualidade de vida dos soldados, propiciando-lhes mais lazer e atividades recreativas, considerando o soldado como um indivíduo em constante evolução, que deveria desenvolver permanentemente suas capacidades. Durante dois anos, na Índia, ocupava seu tempo livre desenhando em seu bangalô, atraindo os filhos dos oficiais, a quem ensinava desenhar, assim como canções e jogos.

 

Após este tempo BP adoeceu e foi mandado à Inglaterra, em licença para tratamento da saúde. Restabelecido retornou à Índia, onde, por seus talentos, perspicácia e qualidades de explorador, foi promovido a Capitão, com idade de 26 anos.

Em 1884, as agitações da áfrica do Sul determinaram a transferência do 13º R. H. para a terra dos Bechuanas e novo teatro de aventuras se descerrou para Baden-Powell. Serviços de exploração e vigilância foram- lhe confiados. Nas horas de descanso identificava-se com a terra, empreendendo caçadas, excursões, reconhecimentos.

 

No ano de 1886 foi o 13º R. H. recolhido à Inglaterra. Baden-Powell aproveitou a ocasião para visitar a Rússia, Alemanha e França.

No posto de major, servindo no Estado-Maior, voltou à África em 1888, a fim de tomar parte na luta sustentada contra os Zulus. Durante um curto período de férias, fez uma excursão pelo Mediterrâneo e Europa Central, voltando a seu Regimento, então na

Irlanda, no ano de 1893. As tropas inglesas da Costa do Ouro, entrando em guerra contra os Achantes, necessitavam de seus serviços. É novamente enviado à África, pacificando a região em 1896. No mesmo ano, em junho, participa, como Chefe do Estado Maior, da campanha contra os Matebeles, o que considera ser “a maior aventura da sua vida”.

Após 21 anos de serviço nos Hussardos, foi promovido ao posto de coronel, que lhe dá o comando do 5º Regimento de Dragões da Guarda, na Índia.

Em 1899 foi novamente enviado à África do Sul, onde sua maior glória foi a defesa de Mafeking, quando dispondo de 1.213 homens resistiu durante 217 dias ao cerco feito por 6.000 Boers, até que recebesse reforços para romper o sítio. Na falta de homens, BP utilizou jovens em funções como estafetas, sinaleiros, enfermeiros, etc. A forma positiva como os jovens responderam à confiança depositada marcou BP, que recolheu ali a semente que cultivou durante sete anos em experiências cada vez melhores.

 

Graças aos seus feitos na vida militar, agora como General, Baden-Powell tornou-se herói em seu país. De volta a sua pátria, BP encontrou meninos utilizando em suas brincadeiras um livro que ele havia escrito para militares – “Aids to Scouting”, que continha ensinamentos sobre como acampar e sobreviver em regiões selvagens.

Em 1907 assentou as bases do Escotismo. Daí em diante constitui sua preocupação principal. Para dedicar-lhe todo o tempo pede demissão do Exército em 1910, percorre o mundo, visita à Ásia e a América, incentiva o movimento, organiza associações.

 

Em 1912, BP casa-se com Olave St. Clair Soames, que veio a tornar-se a grande incentivadora do escotismo para moças.

 

Durante a Grande Guerra provou o valor da instituição que criara. E em 1919 instalou o 1º curso de chefes no Campo-Escola de Gilwell Park, que é a fonte de toda a Formação de Chefes.

 

Em atenção aos relevantes serviços prestados à juventude mundial, com a criação de seu notável sistema de educação, na primeira concentração

mundial escoteira, realizada em 1920, em Olímpia (Londres), Baden-Powell foi aclamado “Chefe Escoteiro Mundial”, pelos chefes escoteiros das nações que já tinham adotado o Escotismo, ali presentes. Foi mais uma expressão de caráter mundial do Escotismo, sendo o título, entretanto, de caráter todo pessoal, extinguindo-se com a vida do grande educador.

Não sendo de família nobre, recebeu Baden-Powell, por seus serviços à Nação, o título “Sir” e, em 1929, na maioridade do Escotismo, foi agraciado com o título de “Lord”, por sua dedicação à causa da juventude, escolhendo Gilwell para esse título.

Mais de 80 anos de constantes exemplos das virtudes escoteiras fizeram de Baden-Powell o Chefe. Passou os últimos dias de sua vida na áfrica, falecendo em 8 de janeiro de 1941, em Nairobi, Quênia, ao pé do monte Kilimanjaro, onde se acha sepultado.

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